Assim, é fácil entender como o moletom acaba se transformando no veludo de seda sofisticado dos abrigos, ou como os cadarços se metamorforsearam em elemento decorativo dos tênis, subiram para as roupas e se transformaram em amarrações das calças e saias de moletom, remetendo à amarração de espartilho, e fazendo pensar na discussão de gêneros. Tops lembram os maiôs dos ginastas olímpicos, shapes menos estruturados e mais orgânicos dão movimento aos muitos roupões de moletom, crepe de seda ou veludo, que fazem lembrar os judocas, mas também os roupões de nadadores e boxeadores. O moletom aparece sempre, pontuando a coleção, e ganha novas roupagens, vira até cinto, amarrado à cintura numa versão menos volumosa, de uma sobressaia. Os ramos de louro primeiro vêm como bordados dourados, depois viram prints e coroas na série final, que representa a vitória, com a simbologia do uso da coroa de ramos de louro, vinda da mitologia grega e adotada como premiação nas Olimpíadas da Grécia antiga.
Baseada em linhas simples, com pegada minimalista mais evidente nos vestidos p&b, a coleção da Osklen consegue se mostrar muito autoral sem cair na cilada da repetição de si mesma, ainda que retome temas que lhe são recorrentes. Sempre, no entanto, de um jeito fresco, olhando para dentro sem deixar de olhar sempre para fora, e para frente. (CAROLINA VASONE)
DIREÇÃO CRIATIVA
Oskar Metsavaht
ESTILO
Juliana Suassuna
STYLING
Renata Corrêa
BELEZA
Silvio Giorgio
DIREÇÃO DE DESFILE
Roberta Marzolla
TEMA
Golden Spirit, atletas olímpicos, moletom, Grécia, berço dos Jogos Olímpicos
MATERIAIS
Moletom, veludo de seda, crepe de seda, sarja de algodão, jérsei, tricô de rayon e seda orgânica com stretch
Fonte: http://ffw.com.br/desfiles/sao-paulo/inverno-2016-rtw/osklen/1542976/